domingo, 28 de fevereiro de 2010

ESTÉTICA ESQUISITA







Rama-ramama-ah
GaGa-ooh-la-la!

Ooh-la-la Mesmo.

Tá, sei que não é novidade, mas Lady, ou melhor, Lady Gaga (Radio Gaga do Queen, humm?) é uma das figuras mais burlescas dos dias de hoje. Coreografias enfadonhas, escorregões em shows, figurinos monstruosos. Sim, é Lady Gaga, entre o burlesco e o grotesco, a nova dadaísta. Por isso é um ícone atual, rompe com os certinhos e cansativos geeks e coxinhas (Coldplay, Travis, Keane), com as meladinhas das gaiolas das popozudas - Mariah Carey, Beyoncé, Rihanna - ou ainda com as músicas pulinhos de Miley Cyrus, que têm adagiozinhos, movimento lento, até chegar à gritaria mimosa que promove pulinhos nos fãs. Blargh!

Lady Gaga é uma alternativa, principalmente para aqueles que se identificam com o feeling de exclusão, e que querem muito entrar no circuito da fama. Em entrevista para Oprah Winfrey disse que o seu ciclo de amizade não é formado por celebridades, mas por fãs. Os seus figurinos satirizam os fetiches da sociedade atual e que, por sinal, têm muito a ver com a estética do artista visual Matthew Barney, marido de Björk, e responsável por alguns clipes da excêntrica cantora islandesa. O cenário burlesco vai além de Lady Gaga ou da rainha streaper Dita Von Teese, que exala toda sensualidade das retrôs pin-ups. Também compõe a estética burlesca e excêntrica o mundo fantástico e sensual de Matthew Barney, onde figurinos, espaço, corpo são deformados e reconstruídos numa diversidade de significados.

O mix de referências, de culturas exóticas também é visto intensamente na produção de John Galliano. Seus desfiles possuem um caráter performático, intensidade dramática, lúdica e provocativa. Algo do tipo, “eu tenho que chocar sempre”. Mas é um choque mais finesse do que dirty. Atualmente, na Dior, muito mais finesse mesmo.

A expectativa da excentricidade em 2010 é Alice in Wonderland, de Tim Burton. Personagens, figurino e direção de arte desconcertantes. Como Tim Burton é também referencia na moda, não vai demorar muito para as vitrines nos entorpecer com Alice in Wonderland. Mais do que a própria Alice, Mad Hatter (Johnny Deep) é o mais esperado. Trajes que remetem à era vitoriana, Mad Hatter com cabelos mais do que ruivos, veste uma espécie de smoking, calças largas e curtas, botinas laranja, grande laço no pescoço e cartola mega exuberante.

"- Seu cabelo está precisando ser cortado". Disse o Chapeleiro. Ele estivera olhando para Alice por algum tempo com grande curiosidade e esta fora sua primeira intervenção.

“- Você deveria aprender a não fazer esse tipo de comentário pessoal”. Alice retrucou com severidade. "- Isso é muito grosseiro."
(Mad Hatter e Alice, Alice in Wonderland, Lewis Carol)

O pensamento desconcertante de Mad Hatter instiga o outro. Não é provocação pela provocação. É o seu jeito de ser que é excêntrico ao outro (a engomadinha Alice). Hoje existe o nicho, e que nicho, para o esquisito. Estão nas ruas, em todas as dobras de esquinas, no meanstream e no alternativo, em todas as plataformas de mídias. Se a sua vizinha não é a Lady Gaga, muito provável que você seja uma.

Ooh-la-la. I want your oddity!


Ivan Ferrer Maia - http://twitter.com/ivanfm1




Lady Gaga, comemoração de 35 anos da Hello Kitty, 2009.


John Galliano, Paris Fashion Week, Spring and Summer, 2009.

John Galliano, Paris Fashion Week, Winter, 2008 - 2009.
Matthew Barney, The Cremaster Cycle 3, The Cremaster Cycle 5.


Mad Hatter (Johnny Deep), Red Queen (Helena Bonham Carter), Alice in Wonderland.


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