Rama-ramama-ah
GaGa-ooh-la-la!
Ooh-la-la Mesmo.
Tá, sei que não é novidade, mas Lady, ou melhor, Lady Gaga (Radio Gaga do Queen, humm?) é uma das figuras mais burlescas dos dias de hoje. Coreografias enfadonhas, escorregões em shows, figurinos monstruosos. Sim, é Lady Gaga, entre o burlesco e o grotesco, a nova dadaísta. Por isso é um ícone atual, rompe com os certinhos e cansativos geeks e coxinhas (Coldplay, Travis, Keane), com as meladinhas das gaiolas das popozudas - Mariah Carey, Beyoncé, Rihanna - ou ainda com as músicas pulinhos de Miley Cyrus, que têm adagiozinhos, movimento lento, até chegar à gritaria mimosa que promove pulinhos nos fãs. Blargh!
Lady Gaga é uma alternativa, principalmente para aqueles que se identificam com o feeling de exclusão, e que querem muito entrar no circuito da fama. Em entrevista para Oprah Winfrey disse que o seu ciclo de amizade não é formado por celebridades, mas por fãs. Os seus figurinos satirizam os fetiches da sociedade atual e que, por sinal, têm muito a ver com a estética do artista visual Matthew Barney, marido de Björk, e responsável por alguns clipes da excêntrica cantora islandesa. O cenário burlesco vai além de Lady Gaga ou da rainha streaper Dita Von Teese, que exala toda sensualidade das retrôs pin-ups. Também compõe a estética burlesca e excêntrica o mundo fantástico e sensual de Matthew Barney, onde figurinos, espaço, corpo são deformados e reconstruídos numa diversidade de significados.
O mix de referências, de culturas exóticas também é visto intensamente na produção de John Galliano. Seus desfiles possuem um caráter performático, intensidade dramática, lúdica e provocativa. Algo do tipo, “eu tenho que chocar sempre”. Mas é um choque mais finesse do que dirty. Atualmente, na Dior, muito mais finesse mesmo.
A expectativa da excentricidade em 2010 é Alice in Wonderland, de Tim Burton. Personagens, figurino e direção de arte desconcertantes. Como Tim Burton é também referencia na moda, não vai demorar muito para as vitrines nos entorpecer com Alice in Wonderland. Mais do que a própria Alice, Mad Hatter (Johnny Deep) é o mais esperado. Trajes que remetem à era vitoriana, Mad Hatter com cabelos mais do que ruivos, veste uma espécie de smoking, calças largas e curtas, botinas laranja, grande laço no pescoço e cartola mega exuberante.
"- Seu cabelo está precisando ser cortado". Disse o Chapeleiro. Ele estivera olhando para Alice por algum tempo com grande curiosidade e esta fora sua primeira intervenção.
“- Você deveria aprender a não fazer esse tipo de comentário pessoal”. Alice retrucou com severidade. "- Isso é muito grosseiro."
(Mad Hatter e Alice, Alice in Wonderland, Lewis Carol)
O pensamento desconcertante de Mad Hatter instiga o outro. Não é provocação pela provocação. É o seu jeito de ser que é excêntrico ao outro (a engomadinha Alice). Hoje existe o nicho, e que nicho, para o esquisito. Estão nas ruas, em todas as dobras de esquinas, no meanstream e no alternativo, em todas as plataformas de mídias. Se a sua vizinha não é a Lady Gaga, muito provável que você seja uma.
Ooh-la-la. I want your oddity!
Ivan Ferrer Maia - http://twitter.com/ivanfm1
Lady Gaga, comemoração de 35 anos da Hello Kitty, 2009.
John Galliano, Paris Fashion Week, Spring and Summer, 2009.
John Galliano, Paris Fashion Week, Winter, 2008 - 2009.
Matthew Barney, The Cremaster Cycle 3, The Cremaster Cycle 5.
Mad Hatter (Johnny Deep), Red Queen (Helena Bonham Carter), Alice in Wonderland.
Muitooooooooooo bom, hein?
ResponderExcluirAmei, amei.
Sou apaixonada por vcs, sempre.
(L)
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