sábado, 19 de dezembro de 2009

RAUSCHENBERG É POP



Robert Rauschenberg
, Lotus Bed II (The Lotus Series), 2008. Pigmented Inkjet on Somerset Velvet, 60 3/4 in. x 45 3/4 in. x 1 3/4 in. Bay Shore, NY, USA.


No primeiro post do blog Vila de Duque, nada melhor do que falar de Robert Rauschenberg - um dos vanguardistas da Pop Art. Fomos, nessa última terça-feira, à vernissage da exposição de Robert Rauschenberg que ocorreu no Instituto Tomie Ohtake, na avenida Faria Lima, SP. Robert Rauschenberg foi um artista híbrido que ganhou visibilidade internacional sendo o responsável pela transição do Expressionismo Abstrato à Pop Art. A mostra no Instituto Tomie Ohtake é um tributo ao artista. São 99 peças, sendo 76 gravuras e 23 assemblages (colagens realizadas com materiais diversos), pertencentes ao Robert Rauschenberg Studio, à PaceWildenstein e à ULAE (Universal Limited Art Editions). O papel significativo do artista para a cultura contemporânea é inquestionável e atrai um público que utiliza a arte como inspiração ou profissão, como o publicitário Washington Olivetto que compareceu com a sua esposa e filho, o cineasta Paulo César Peréio, o crítico e curador Nelson Aguilar e o designer e diretor do Instituto Tomie Ohtake, Ricardo Ohtake.


Editorial de Moda com referência em Rauschenberg, de Mário Lemes e Poliana Thöni, modelo Sarita Ribeiro, 2009.


Rauschenberg, no início da década de 50, desenvolveu uma série de trabalhos plásticos, aderindo à superfície imagens de jornais amassados que, logo após, iriam evoluir para o que ele mesmo denominou de “combine painting” – objetos tridimensionais que dialogam com a superfície pictórica, como garrafas de coca-cola, pássaro e cabra empalhados, tecidos, cordas, latas, pneus velhos – materiais de consumo corrente. Rauschenberg deu ao lixo, ao povero, o status de arte. Essa concepção reforça a idéia do artista de que a arte e a vida devem caminhar juntos, são inseparáveis.

Uma questão que vale a pena ressaltar é que Rauschenberg tinha uma afinidade especial para com o Brasil – o primeiro país onde participou de uma exposição internacional relevante - a V Bienal Internacional de São Paulo. Ele visitou o país várias vezes, mas infelizmente, com sua morte em maio de 2008, impediu sua presença no dia da inauguração.

A exposição de Robert Rauschenberg, com a exemplar produção e organização, reafirmou mais uma vez o relevante papel do Instituto Tomie Ohtake de “apresentar as novas tendências da arte nacional e internacional, além daquelas que são referências nos últimos 50 anos, coincidindo com o período de trabalho da artista plástica que dá nome ao espaço, Tomie Ohtake”.

Em síntese: fomos e recomendamos!

Ivan Ferrer Maia (
http://twitter.com/ivanfm1)



O Instituto Tomie Ohtake está localizado na Av. Faria Lima, 201, entrada pela rua Coropés, em São Paulo. A exposição irá até o dia 21/2/2010. De 3ª a dom., das 11h às 20h. Grátis.