sábado, 23 de janeiro de 2010

Resumão - o que vamos lembrar do SPFW

Como diria nossa querida Narcisa Tamborindeguy, "Ai, que loucura!".
haha. Depois de muita correira, muito trabalho, muitos choques térmicos e (por que não?) muito glamour, terminou mais uma edição da São Paulo Fashion Week. E, como a gente sabe que todo mundo por aqui adora um resumão, fizemos uma listinha sobre o que todo mundo vai querer lembrar pra sempre e sempre e sempre e sempre e ...zzz... sempre dessa temporada.



1 - O tema principal da edição ser Comunicação, Interatividade e Novas Linguagens. Com a proposta sendo colocada em prática a partir de várias formas que o convidado tinha para interagir e se comunicar, desde Twitter até pombas-correias (ráá)

2 - A brincadeira bem humarada que o pessoal da Neon fez com estampas e formas. O conceito de "Caça e Caçador", desenvolvido com muitos carões (típicos dos desfiles de Dudu e Rita), mostrou peças como o kafkan quadradão com estampa de coruja (super lúdico) e o vestido-elefante que tinha chifres tridimensionais saltando do tecido.

3 - O tratamento nos lounges (a maioria deles aberta ao público) que dava um arzinho VIP pra todo mundo. Fora as bebidinhas e comidinhas, como o drink de Cointreau na L'Officiel que vinha com uma coqueteleira rosa super bapho, e o salgadinho de shitake com frango, uma nova leitura da coxinha de boteco (hahaha) no lounge da Seda. Huuuum x)

4 - O cast de modelos da grife Do Estilista, liderada por Marcelo Sommer (que já rodou entre a Cavalera e a marca que até hoje leva seu nome). Na passarela, apareceram, entre outros, os amigos Fabia Berseck, Dudu Bertholini, o maquiador Lau Neves e até o estilista Alexandre Herchcovitch, conhecido pelo seu ar blazé.

5 - O uso inusitado de máscaras para o styling do desfile de Ronaldo Fraga. As máscaras foram colocadas na parte de trás da cabeça, complementadas por uma peruca de trança na parte da frente. Na passarela, dava a impressão que os modelos tinham duas caras ou andavam de costas. Uma sensação assombrosa que Ronalda já tinha dito que queria passar.

6 - O penteado aristocrático (e fino) de Costanza Pascolato, que ficou ainda mais com cara de rainha da Moda no Brasil.

7 - As asas que inspiraram Lino Villaventura. Um conceito que poderia ser tão vago, rendeu um desfile lindo.

8 - Os chapéus para os meninos jovens no desfile do Mário Queiroz. Tinha boné bicolor e chapéu-coco, para aqueles que gostam de acessórios fofos.

9 - A edição do SPFWJournal, que marca presença em todas as temporadas, dessa vez mereceu muito mais que atenção. As matérias estavam muito bem feitas e com aquele (grande) toque de informalidade que todo grande evento como o SPFW precisa. Parabéns, meninos!

10 - O encerramento da temporada com o desfile (sempre) espetacular de André Lima. Mulheres chics e extravagantes, vistam André Lima!



E, assim como tem coisas que sempre vamos querer lembrar e até escrever num diário, tem outras que todo mundo vai querer esquecer, vamos à lista:

1 - Os sapatos no desfile da Animale que, sim, estavam lindos. Mas o que se viu na passarela foram as modelos tropeçando ou, na melhor das hipóteses, com um andar inseguro e uma cara de "Mãããe, me dá a mão!" Design não é só beleza, é ergonomia, funcionalidade.. tudo isso junto e misturado ao mesmo tempo, agora. Entendeu?

2 - O desfile da Reserva, marca de Moda masculina que sempre mostra peças interessantes a rapazes jovens (e héteros, segundo os designers), dessa vez se apropriou de um tema tão instigante que acabou criando mais expectativa do que merecia. O conceito era "15 minutos de fama", mas as roupas ficaram apagadas e nós ficamos sempre esperando por algo que não apareceu em nenhum momento do desfile. Além daquele negócio de ler alguma coisa antes do desfile, da última vez com Fernanda Young e dessa com Felipe Andreoli. Vamos mudar, né?

3 - O carvão na passarela Do Estilista. A idéia foi incrível, as roupas estavam lindas, o conceito era profundo e o cast, como já dissemos, foi ótimo. O cenário de carvão também me parecia uma boa idéia, mas na hora do desfile, os modelos (que não eram profissionais, claro) pareceram inseguros para andar naquele chão instável. Mas, fora isso, o desfile foi excelente.

4 - O tumulto que celebridades corriqueiras causaram à toa. Mariana Ximenes apareceu pro desfile da Forum e nem ela mesma conseguia explicar o porquê de tanto burburinho. Gente, pra Lara Stone, tudo bem. Mas para a atriz da última novela das oito, vamos deixar a tietagem pra outro momento! SPFW é um evento de Moda, a atenção não pode se perder com qualquer "celebridadezinha" global.

5 - O desfile-video da marca Oestudio. Os responsáveis disseram que o video era uma forma de levar o desfile para todo mundo, através da internet. Ok. Mas TODO desfile, no final, vira vídeo mesmo. Quem está na bienal quer ver as roupas pessoalmente, oras. Se pelo menos as peças fossem INCRÍVEIS, tudo bem. Mas não. O que vimos foi uma moda repetitiva e cansada. E olha que Oestudio já nos surpreendeu muito.



Despedimo-nos dessa temporada já com o olhar na próxima. Então, até junho! Muah!


Mário Lemes (www.twitter.com/mariolemes)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

SPFW, interatividade e alguns buttons.

No último domingo (17) aconteceu a abertura da temporada de desfiles da São Paulo Fashion Week. Logo no primeiro dia, os convidados foram recebidos com surpresas pra lá de agradáveis: a decoração está muito divertida e com muitas cores, além de toda a interatividade proposta pelo tema principal do evento: Novas Linguagens. A idéia é que todo mundo que estiver lá, e até quem não estiver, interaja-se de todas as maneiras possíveis utilizando, principalmente, as novas ferramentas de comunicação (leia-se Twitter e afins).

Outra coisa boa desta edição que está fervendo são os lounges que, apesar de existirem menos que nas edições passadas, parecem estar mais livres para os convidados que não têm credencial (faz a VIP). Em especial, ressaltamos o sempre aberto lounge da Melissa, que estava incrível com o conceito de circo. E, se você pensa que a decoração do circo seria aquela profusão de cores efusivas, se engana: tudo era branco, para ressaltar a maquiagem dos personagens e, claro, as cores da sandálias de plástico que mais nos dão orgulho.

Mas, como ninguém foi lá só para dar beijo e ligar depois, ou twittar, ou mandar um email... e, como o que mais importa em todo esse mar de informações das novas linguagens, no caso, é a Moda, vamos falar de algum desfile, né?

Eu participei do backstage do desfile do queridíssimo Mário Queiroz, que a cada temporada ganha mais destaque, e se afirma como um grande nome da Moda masculina. O conceito dessa coleção poderia ser resumido num grande contraste de comportamento que acontece, claro, em todos os lugares do mundo, mas que chamou a atenção de Mário no metrô de Londres, quando ele viu saindo do mesmo vagão um gentleman e um punk.


Ou seja, as inspirações vieram todas da cultura underground de Londres se contrastando com toda a tradição de um dos países mais elegantes do mundo. Cores vivas como azul, amarelo e vermelho aparecem como um grito no meio de todos os invernos cinzas que já vimos (especialmente em épocas de crise). Aos poucos, as cores vão escurecendo, até aparecerem as roupas em preto e branco que usam as formas como um outro jeito de ousar.

Pausa para meditar sobre o que são todos aqueles tênis criados em parceria com a Puma. Uns aparecem monocromáticos, a maioria vermelhos. Mas o que ninguém deixou de reparar, que com certeza despertou o desejo de todos e que definitivamente um dos must have da coleção de Mário, é o tênis preto, de cano alto, com tachas de tamanhos variados... douradas!

Saindo de dentro dos tênis, apareciam calças (ora de malha, ora de um bom tecido de alfaiataria) quase sempre com o gancho baixo, que dá um efeito automático de casualidade.

Mário também fez o que sempre gostou de fazer, brincar com estamparia. O xadrez, clássico, se constrói e se desconstrói na passarela. A bandeira da Inglaterra também aparece com várias releituras (uma delas, inclusive, no chão da passarela e no convite do desfile). Tem estampa em vários lugares, desde os de sempre, como camisetas, até os mais inusitados como a calça de black jeans. E, pra quem não quer estampa, tem texturas variadas: atenção para o matelassê com cores berrantes em jaquetas e casacas, e até uma versão em preto para que tiver com preguiça de chamar atenção.

Para os que gostam de acessórios fofos no look, teve chapéus e bonés bicolores. Além de buttons garimpados e os já conhecidos anéis da parceria de Mário com a Rommanel.

No fim do desfile, Mário foi aplaudido calorosamente, pelos convidados na sala de desfile, e por todos que estavam no backstage. Merecido.

Diferentemente do que podem pensar, a Moda não é só a roupa que todos querem usar. A Moda envolve pesquisa, experiência, referencial. Depois tem que ter carinho, cuidado com os detalhes de cada roupa. Aí vem uma equipe de gente pra ajudar tudo a sair direito. São costureiras, modelos, stylists, make up artists, cenógrafos e até a tia do cafezinho. Todos trabalhando arduamente enquanto os convidados esperam o grande momento. O clima de qualquer backstage sempre é de uma certa tensão e ansiedade. Mas na maioria deles tem muita paixão, boas energias e vontade de fazer algo espetacular.

A equipe da Vila de Duque estava tanto do lado de fora, quanto do lado de dentro do desfile e poderia ficar horas falando dos conceitos de Mário Queiroz. Mas vamos encerrar por aqui porque todo mundo está cada vez mais (mal?) acostumado com textos de 140 caracteres. Bjonãomeligamecomenta.



Mário Lemes (www.twitter.com/mariolemes)