terça-feira, 19 de janeiro de 2010

SPFW, interatividade e alguns buttons.

No último domingo (17) aconteceu a abertura da temporada de desfiles da São Paulo Fashion Week. Logo no primeiro dia, os convidados foram recebidos com surpresas pra lá de agradáveis: a decoração está muito divertida e com muitas cores, além de toda a interatividade proposta pelo tema principal do evento: Novas Linguagens. A idéia é que todo mundo que estiver lá, e até quem não estiver, interaja-se de todas as maneiras possíveis utilizando, principalmente, as novas ferramentas de comunicação (leia-se Twitter e afins).

Outra coisa boa desta edição que está fervendo são os lounges que, apesar de existirem menos que nas edições passadas, parecem estar mais livres para os convidados que não têm credencial (faz a VIP). Em especial, ressaltamos o sempre aberto lounge da Melissa, que estava incrível com o conceito de circo. E, se você pensa que a decoração do circo seria aquela profusão de cores efusivas, se engana: tudo era branco, para ressaltar a maquiagem dos personagens e, claro, as cores da sandálias de plástico que mais nos dão orgulho.

Mas, como ninguém foi lá só para dar beijo e ligar depois, ou twittar, ou mandar um email... e, como o que mais importa em todo esse mar de informações das novas linguagens, no caso, é a Moda, vamos falar de algum desfile, né?

Eu participei do backstage do desfile do queridíssimo Mário Queiroz, que a cada temporada ganha mais destaque, e se afirma como um grande nome da Moda masculina. O conceito dessa coleção poderia ser resumido num grande contraste de comportamento que acontece, claro, em todos os lugares do mundo, mas que chamou a atenção de Mário no metrô de Londres, quando ele viu saindo do mesmo vagão um gentleman e um punk.


Ou seja, as inspirações vieram todas da cultura underground de Londres se contrastando com toda a tradição de um dos países mais elegantes do mundo. Cores vivas como azul, amarelo e vermelho aparecem como um grito no meio de todos os invernos cinzas que já vimos (especialmente em épocas de crise). Aos poucos, as cores vão escurecendo, até aparecerem as roupas em preto e branco que usam as formas como um outro jeito de ousar.

Pausa para meditar sobre o que são todos aqueles tênis criados em parceria com a Puma. Uns aparecem monocromáticos, a maioria vermelhos. Mas o que ninguém deixou de reparar, que com certeza despertou o desejo de todos e que definitivamente um dos must have da coleção de Mário, é o tênis preto, de cano alto, com tachas de tamanhos variados... douradas!

Saindo de dentro dos tênis, apareciam calças (ora de malha, ora de um bom tecido de alfaiataria) quase sempre com o gancho baixo, que dá um efeito automático de casualidade.

Mário também fez o que sempre gostou de fazer, brincar com estamparia. O xadrez, clássico, se constrói e se desconstrói na passarela. A bandeira da Inglaterra também aparece com várias releituras (uma delas, inclusive, no chão da passarela e no convite do desfile). Tem estampa em vários lugares, desde os de sempre, como camisetas, até os mais inusitados como a calça de black jeans. E, pra quem não quer estampa, tem texturas variadas: atenção para o matelassê com cores berrantes em jaquetas e casacas, e até uma versão em preto para que tiver com preguiça de chamar atenção.

Para os que gostam de acessórios fofos no look, teve chapéus e bonés bicolores. Além de buttons garimpados e os já conhecidos anéis da parceria de Mário com a Rommanel.

No fim do desfile, Mário foi aplaudido calorosamente, pelos convidados na sala de desfile, e por todos que estavam no backstage. Merecido.

Diferentemente do que podem pensar, a Moda não é só a roupa que todos querem usar. A Moda envolve pesquisa, experiência, referencial. Depois tem que ter carinho, cuidado com os detalhes de cada roupa. Aí vem uma equipe de gente pra ajudar tudo a sair direito. São costureiras, modelos, stylists, make up artists, cenógrafos e até a tia do cafezinho. Todos trabalhando arduamente enquanto os convidados esperam o grande momento. O clima de qualquer backstage sempre é de uma certa tensão e ansiedade. Mas na maioria deles tem muita paixão, boas energias e vontade de fazer algo espetacular.

A equipe da Vila de Duque estava tanto do lado de fora, quanto do lado de dentro do desfile e poderia ficar horas falando dos conceitos de Mário Queiroz. Mas vamos encerrar por aqui porque todo mundo está cada vez mais (mal?) acostumado com textos de 140 caracteres. Bjonãomeligamecomenta.



Mário Lemes (www.twitter.com/mariolemes)

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